Nunca pensei que eu teria que brigar com mendigo por causa de moedas.
Eu não dava esmolas, como bom comunista que sou... Mas ultimamente minha educação católica e os conselhos do professor garantista, Dr. Daniel, têm, de uns 8 anos para cá, feito com que eu passasse a dispensar as tilintantes para os pedintes.
Pois bem, hoje à tarde, em torno das 14h, calor, 40ºC e, eu, no centro de Esteio, naquela sinaleira do viaduto que liga o centro direto com a BR 116, junto ao Parque Assis Brasil. Vem aquela pedinte que eu conheço há 12 anos, desde que vim trabalhar aqui, uma mão estendida e a outra abanando à boca:
_ "U sinhôr têin úma muedínha prá miajudá a comprá cumída?"
_ Hummm... Não sei... Ah, deixa eu ver.
Lembrei que eu tinha posto R$ 1,00 no cinzeiro do Uno, que fica bem em cima do painel. Cutuquei com os dedos e percebi entre comando de interface, parafusos, polcas e clipes, que eu só tinha uma moedinha de cinco cento avos! Olhei de pressa para a mulher e disse que eu não tinha nada e ainda fiz cara de desolação. Ora, eu tenho disso! Se vou fazer uma coisa, não me contento em fazer somente o que foi possível. Eu queria dar a moeda grande, mas parece que alguém já tinha levado. Aqueles cinco centavos não me representam nada. Imaginei que a ela também não! Sempre dou mais do que aquilo... Mas enquanto eu falava que não tinha nada, já com a tampa do cinzeiro fechada, ela olhava alguns segundos para a direção daquele cofrinho. Tornou a olhar prá mim e disse:
_ "Sigurô y largô dinôvu! Pênsa ki agêntshi é trôsha!"
E saiu rápido, porque precisava ir aos outros carros! Continuei minhas voltas pela cidade e caí novamente no mesmo cruzamento. Vem ela de novo. Pediu a esmola como se fosse a primeira vez que me via. Memória de peixe? Sei lá! Respondi prá ela:
_ Não! Tô de mau contigo! Tu mi xingou àquela hora!
_ "Intãun pódi sabê ki você merecía!"
Saiu rápido outra vez, nem deixou eu me defender. Belo exemplo, o dela, de objetividade! O que valia mais, para ela, debaixo daquele sol de 40ºC? Discutir e disputar razão ou cuidar do faturamento do negócio dela?
Bom fim-de-semana para todos nós, mas não se assustem se eu voltar a não dar mais esmolas prá ninguém! Vou começar a mandar essa gente trabalhar. Acho que ela bem que tem forcinha prá cortar uma grama... :)
Eu não dava esmolas, como bom comunista que sou... Mas ultimamente minha educação católica e os conselhos do professor garantista, Dr. Daniel, têm, de uns 8 anos para cá, feito com que eu passasse a dispensar as tilintantes para os pedintes.
Pois bem, hoje à tarde, em torno das 14h, calor, 40ºC e, eu, no centro de Esteio, naquela sinaleira do viaduto que liga o centro direto com a BR 116, junto ao Parque Assis Brasil. Vem aquela pedinte que eu conheço há 12 anos, desde que vim trabalhar aqui, uma mão estendida e a outra abanando à boca:
_ "U sinhôr têin úma muedínha prá miajudá a comprá cumída?"
_ Hummm... Não sei... Ah, deixa eu ver.
Lembrei que eu tinha posto R$ 1,00 no cinzeiro do Uno, que fica bem em cima do painel. Cutuquei com os dedos e percebi entre comando de interface, parafusos, polcas e clipes, que eu só tinha uma moedinha de cinco cento avos! Olhei de pressa para a mulher e disse que eu não tinha nada e ainda fiz cara de desolação. Ora, eu tenho disso! Se vou fazer uma coisa, não me contento em fazer somente o que foi possível. Eu queria dar a moeda grande, mas parece que alguém já tinha levado. Aqueles cinco centavos não me representam nada. Imaginei que a ela também não! Sempre dou mais do que aquilo... Mas enquanto eu falava que não tinha nada, já com a tampa do cinzeiro fechada, ela olhava alguns segundos para a direção daquele cofrinho. Tornou a olhar prá mim e disse:
_ "Sigurô y largô dinôvu! Pênsa ki agêntshi é trôsha!"
E saiu rápido, porque precisava ir aos outros carros! Continuei minhas voltas pela cidade e caí novamente no mesmo cruzamento. Vem ela de novo. Pediu a esmola como se fosse a primeira vez que me via. Memória de peixe? Sei lá! Respondi prá ela:
_ Não! Tô de mau contigo! Tu mi xingou àquela hora!
_ "Intãun pódi sabê ki você merecía!"
Saiu rápido outra vez, nem deixou eu me defender. Belo exemplo, o dela, de objetividade! O que valia mais, para ela, debaixo daquele sol de 40ºC? Discutir e disputar razão ou cuidar do faturamento do negócio dela?
Bom fim-de-semana para todos nós, mas não se assustem se eu voltar a não dar mais esmolas prá ninguém! Vou começar a mandar essa gente trabalhar. Acho que ela bem que tem forcinha prá cortar uma grama... :)
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