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Taquari/RS; Canoas/RS; Esteio/RS; Sapucaia do Sul/RS, Rio Grande do Sul, Brazil
Autônomo do ramo da prevenção contra incêndio; Formando em Ciências Jurídicas e Sociais - Direito.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

DO UBER, DO TÁXI, DA MULTA, DO FLAGRANTE PREPARADO - 2015

Perguntado sobre o que eu achava do flagrante preparado, instituído pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, RS, que visa chamar os táxis não registrados, via UBER e multá-los pelo atendimento, e se isso seria "flagrante preparado" me pus a pensar:

Eis que os princípios do Direito Penal quase nunca se aplicam ao Direito Administrativo. Aliás, não sei se em outros países as autarquias criam lei. No Brasil eu sei que sim. Elegemos deputados, vereadores e senadores, pagamos os mandatos deles, mas somos mandados por funcionários públicos de carreira, das polícias e de outros órgãos do poder público, através de portarias. Esses funcionários deveriam fazer cumprir a lei. Ao invés disso, criam obrigação de fazer ou não fazer aos administrados, como se lei fossem.  Na faculdade, até agora que estou ao 8º semestre, somente vi um professor, só que de preferências direitistas (liberal de direita) implicar com esse quadro. Meus companheiros de esquerda, pelo jeito, adoram à unha do Estado. Não é muito confortável, aos dias de hoje, pensar assim, meio anarco-comunista como eu penso, até porque é muito fácil ser confundido, assim, com um neoliberal. Dentro disso tudo, atendo-me mais um pouco à pergunta do professor, se não estou enganado, o próprio Direito Penal, através da Lei 12.850, já permite o flagrante preparado. Sabido que o Direito Penal não é parâmetro garantido para o Direito Administrativo, ainda que fosse, no caso, não nos ajudaria muito a escapar da pretensão da EPTC. Essa medida, por certo, visa proteger os profissionais cadastrados, ainda que muitos deles gostem de bravejar contra a ideia de uma economia centralizada, ou seja, quando a liberdade atinge aos interesses particulares e imediatos, os conceitos mudam. É muito bonito falar em liberdade, desde que não se atinja o próprio monopólio/oligopólio. 

Não se serve como pesquisa, mas peguei somente um táxi não oficial esta semana, enquanto usei quatro de bandeira oficial. Grande bobagem esse desgaste todo! A população cresceu desproporcional ao serviço de táxi oficial! Tem serviço para todos! Ademais, não clamamos, quase todos, por livre iniciativa e propriedade privada? Então?

domingo, 22 de novembro de 2015

CONCEITO DE JUIZ - RESUMIDO

O Juiz é o representante dos dominadores, que ouve as queixas dos dominados e, algumas vezes, manda aos guardas que aliviem as chicotadas sobre estes.

sábado, 21 de novembro de 2015

Você sabe com quem está falando?


Ninguém me perguntou, mas estou coçando pra falar:


Não gosto do que diz o Mário Sérgio Cortella. Deveras positivista, ainda é falacioso. Por exemplo, 

aquela ideia de que não somos importantes porque somos uma pequena partícula no Universo é sua 

própria contradição. Ora, se somos tão pequenos num Universo tão grande, aí está nossa super-

importância. Eis que tão pequenos, somos, talvez, a única coisa consciente em todo esse espaço. 

Quem ou o que criou o Universo nos deu tanta importância que colocou essa imensidão toda ao 

nosso redor para garantir a nossa existência! Agora? Você sabe com quem está falando?

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

DA LIGAÇÃO ENTRE O GERMÂNICO E A LÍNGUA TUPY

Muito bem!

"Der sommer kommt ímmer weide!"

Quem me conhece mais amiúde, sabe das minhas implicâncias coa taxonomia i coa gramática. Pra quem gosta de prosear comigo sobre esses assuntos, aí vai mais uma observação intrigante! Eis que, por acaso, fuçando no Google Tradutor, descobri que caçador é jaeger e se diz jér, em dinamarquês; em holandês fica jager e se diz iárrer; em norueguês é jeger, mas se diz íeguer. O que me parece intrigante vem quando detectei que jaguatirica e jaguar são os nomes que os índios americanos deram, pelo menos na língua tupi ao bicho mais caçador da América. Bom, aí talvez esteja um bom problema de pesquisa e minha primeira implicância já não só coa taxonomia ou coa gramática, mas coa linguística, esta que classifica a língua tupy como algo fora da língua indo-europeia. Outro problema que pode se resolver pelo estudo da língua tupy e suas semelhanças co germânico é confirmar o fato de que todos nós já fomos o mesmo povo e que é uma estupidez as separações racistas que fazemos. 

Seria um tanto ousado imaginar que um termo indígena da América tenha se materializado tanto no mais extremo espaço europeu, mas parece ser bem isso que aconteceu, contrariando minha expectativa de que o termo tenha vindo da Europa para a América. Importante levar em conta o texto seguinte, a ver que o termo foi levado da América para a Europa:

http://etimologias.dechile.net/?jaguar

https://pt.wiktionary.org/wiki/jaguar#Etimologia




sábado, 11 de julho de 2015

Entre o céu e o chão


Eram quatro e meia da madrugada. Tudo sozinho... e uma nevoazinha um pouco mais acima do campo. Saí da estrada. Entrei de carro no campo por debaixo da névoa. Desci do carro e caminhei até o barranco. Vi que tinha um pedaço de chão remexido. Chegou uma viatura de polícia e um único policial, que desceu do carro e parou ao meu lado, olhando aquele chão remexido. Dalí a pouco já começava clarear o dia. Foram chegando outras pessoas que foram rodeando aquele chão mexido, em meia lua, contra o barranco. O campo continuava lindo, mas sobre o terreno remexido, diversos pedacinhos de coisas que eu uso no meu dia-a-dia. Alguém começou a cavar. O cadáver estava amarelo, muito amarelo. Faltava um dente, a boca estava aberta e a cara era troço muito bagunçado, sob cabelos louros, cacheados em cachos grandes. Umas mulheres olhavam à exumação com a mão no queixo e choravam, sentidamente.

O policial me mandou embora, dizendo que eu não tinha nada a ver com aquilo. Entendeu que foi uma coincidência eu querer caminhar naquele campo, de madrugada, enquanto ele procurava um cadáver. Mas eu não entendia por que as minhas coisas estavam sobre aquela sepultura, nem por que eu havia sentido vontade de estar ali.

Uns quinze anos antes, eu recebi amigos para um jantar, mas os cadáveres do quintal começavam a ser descobertos pelo vento. Era terra arenosa, preta, muito fininha. Chamei um amigo para me ajudar a raspar todos aqueles ossos e colocar fora. Naquela outra vez eu sabia que os cadáveres eram meus, só não lembrava mais de quem foram antes.  Eu e meu amigo sacáramos aquilo tudo dali e jogamos no mato, pela estrada. Eu deixara as pessoas jantando lá em casa. Nem lembro mais se quando eu retornara ainda estavam lá. Sei que nesse novo evento, eu não entendia mais nada...

2015 – 07 – 12 

domingo, 28 de junho de 2015

Cinquenta Metros, Sete Andares

     Os dois colegas da rádio desceram. Como quem fosse para o carnaval. Óculos escuros mesmo sendo noite... Plumas, festins, aquelas coisas coloridas. Um deles, de peruca loura, cacheada a crespos grandes, descia e olhava meio para cima, meio para trás, dando gargalhadas, ao lado do outro, que só descia, em camiseta e jeans, de cabeça baixa, socando os ombros a cada passo que dava, a cada degrau que descia.  O desvairado sacudia para cima, enquanto gargalhava, aqueles enfeites, principalmente os festins verdes. Saí da caixa da escada. Fechei a porta. Fiquei olhando pela janela à rua lá embaixo. Eu olhava pela janela e já nem os via. O protesto era grande. Tapava a rua toda. Cinquenta metros à minha frente, quatro andares abaixo, do outro lado da rua estava a rua e a quadra em que eu moro. Assim... um prédio gris, com certo ar de paz. Esses últimos cinquenta metros de rua nem tinham tantos manifestantes. Uns ou outro... mas a polícia vinha chegando, com umas armas longas, parecendo espingardas... mas lançavam como que uns pequenos mísseis, de tamanho e formato parecidos a bolas de futebol americano, que tanto podiam permanecer na posição horizontal, como podiam posicionarem-se na vertical. Esses projéteis eram de um cinza escuro e pareciam ser de plástico. Quando caíam no chão, se abriam como se abrem as cascas de uma banana e deles saíam gases tóxicos. E era isso que a polícia atirava pelas costas da multidão a cinquenta metros. Eu queria ir para casa, na direção contrária. Em seguida, já estava eu descido e nem tinha percebido as escadas. Levava, na mão direita, um canudo com uns trabalhos, uns desenhos, uns escritos. Gritei para eles: imprensa, porra! Imprensa! Mas eles não queriam saber. Miravam, aqueles troços que atiravam, bem na minha direção, na altura do abdômen. E eu me esquivava. Não me acertaram nenhum. O segundo troço ficava quicando no chão, na vertical. Esperei uma de suas subidas e chutei por baixo, de volta. Não atingiu os policiais e eles também não conseguiam me acertar. Nesse processo, consegui chegar perto de um deles, aquele mais perto da vértice da esquina, que me deixou passar. Dei uns passos e fui parado por um soco na face. Ao parar, olhei quem me tinha agredido. Era uma policial feminina, em trajes de polícia, mas trajes de passeio. Uma camisa bonita, bege, de mangas longas, e uma saia, verde musgo, pregueada; meias pretas até meia canela e algo, aos pés, que não sei se posso chamar de coturnos. Depois do "scanned" de cabeça aos pés, olhei para a cara dela que, antes que eu perguntasse alguma coisa, me disse: foi meu pai quem me mandou encontrar com você! E sorriu, iniciando caminhar em direção ao meu apartamento.

     Nossa! Paula Matos! Seu pai lhe havia mandado mesmo para encontrar comigo? Não sei. Não sabia. Acompanhei seus passos como se eu fosse o convidado a entrar no meu próprio apartamento. Subimos. Entramos. Terceiro andar... meu quarto-e-sala. Tranquilo, arrumadinho. Sentei no tapetão. Cansado. Estressado. Ela sentou no meu colo, de frente, segurando meus ombros. Puxei o "notebook" e o coloquei entre nós, no colo dela. Eu precisava escrever algo que eu nem lembrava mais o que era. Ela levantou. Andava pelo quarto com as mãos no rosto, sem dizer nada. Deixei o "note" aberto em cima da cama, piscando luzes, virado de frente para a circulação do quarto-e-sala. Apaguei. Acho que dormi de-em-pé. Não sei. Não lembro. Acordei ainda de madrugada. Ela não estava mais. Dormi novamente e não sei o que vou encontrar quando eu acordar.  

domingo, 10 de maio de 2015

Tranqueira! A hora do rush

Quando eu era um espermatozoide, tenho a impressão, não ganhei na corrida! Ganhei na inteligência. Vendo o jeito que eu faço as coisas hoje em dia, acho que naquela vez eu fiquei escondido, bem quietinho num canto, nalguma bolha de PH favorável, enquanto todos os outros, numa tranqueira danada, disputavam. Depois que todos se findaram, eu saí, sozinho, me encontrar, que a outra parte de mim já descia, em tempo útil, fora do rush, fora da tranqueira. Não morro de gripe suína, não morro de epidemia, porque não gosto de lugares com muita gente. Estaciono o carro se eu não puder andar direto e livre. Não entro em filas longas, não me submeto à humilhação. Não frequento lugares em que de qualquer ponto não se enxergue a saída.

sábado, 9 de maio de 2015

TEORIA DAS JANELAS QUEBRADAS CONTRA ELA MESMO - TOLERÂNCIA ZERO - APLICABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO


TOLERÂNCIA ZERO

Entende-se, no Direito, por Tolerância Zero a ideia de que não é discricionário, ou seja, é obrigatório, ao agente público, tomar providência máxima contra qualquer ato ilícito e permeia, principalmente, as discussões de Direito Penal nestes tempos em que há um grande apelo por mais segurança pública, leis mais severas, combate mais forte ao crime. A ideia se baseia, a priori, na Teoria das Janelas Quebradas, trazida no livro norte-americano Fixing Broken Windows: Restoring Order and Reducing Crime in Our Communities(Consertando Janelas Quebradas: Restaurando a Ordem e Reduzindo o Crime em Nossas Comunidades), de George L. Kelling e Catherine Coles, publicado em 1996, inspirado num artigo intitulado "Broken Windows" de James Q. Wilson e George L. Kelling, publicado em março de 1982.

 A Teoria das Janelas Quebradas se baseia principalmente na ideia de que tolerar pequenos delitos cria ambiente para a prática de delitos maiores, chegando a basear-se em experiências, experimentos, em que indivíduos colocados num ambiente de desordem, de poluição ou desrespeito, tendiam a praticar outros atos de desordem, mesmo diversos daqueles já praticados.

Esse conceito de tolerância zero tem forte influência, principalmente a partir dos anos 90, na política de segurança pública dos Estados Unidos da América ao mesmo tempo em que vem sendo fortemente combatido pela ideia da defesa dos Direitos Humanos e Fundamentais e encontra-se ideologicamente com o Direito Penal do Inimigo, escrito em 1985 pelo doutrinador alemão Günther Jakobs, que preconiza políticas públicas de combate à criminalidade urbana, à criminalidade local ou à internacional, no mesmo sentido da Tolerância Zero, propondo, ainda, a antecipação da punição, a despersonalização da condição de cidadão sobre o autor do crime, principalmente quanto aos reincidentes, com supressão de algumas garantias processuais, além da criação de leis severas para toda a sorte de perturbadores da ordem pública, desde terroristas internacionais até o mais simples vendedor de drogas.

Em Direito Penal do Inimigo, sustenta-se, também, o conceito de terrorista individual, àqueles que praticam atos de violência mesmo sem nenhum viés político ou ideológico, mantendo a ideia de que todo aquele que venha a delinquir está descumprindo o “Contrato Social” – auto excluindo-se da condição de cidadão, passando a ser, por isso, inimigo social.
  
A POLÍTICA DE TOLERÂNCIA ZERO É APLICÁVEL AO BRASIL?

Talvez, sob alguma forma de pensar, a pergunta mais correta seria indagar se a política de tolerância zero é aplicável em algum lugar do mundo. Ora, os textos em estudo, sugeridos por esta atividade acadêmica, dão conta de que em nenhum lugar em que se tentou aplicar a ideia de tolerância zero se logrou êxito. Mesmo nos Estados Unidos da América, onde os fatores que sabidamente causam a violência são menores, se conseguiu diminuir a violência, muito antes haja-se trocada a violência, a delinquência dos ditos “inimigos sociais” pela violência policial, o abuso de autoridade.

Mesmo com a implantação, no Brasil, das UPP’s, (Unidades de Polícia Pacificadora) o número de pessoas inocentes agredidas ou mortas por engano pela polícia tem aumentado consideravelmente - fatos denunciados por organizações populares e até pela imprensa menos comprometida com o ideário popular-libertário (menos comprometida com o interesse dos mais pobres, que geralmente não são ouvidos na criação dos programas de segurança pública).

De um dos textos em estudo, de que se pode dizer da sua irresponsabilidade por tanto erro ortográfico e pela partidarização que faz, aproveita-se o quanto fala da responsabilidade que tem a política brasileira, quanto à criminalidade, não só por sua má gestão, mas pelo mau exemplo que há dado no sentido da preservação da ordem. As janelas quebradas da ética e da moral estão nas elites políticas muito mais do que nas favelas e no meio daqueles que já nascem sob a cultura da criminalidade.

Essas teorias de tolerância zero e de bons exemplos (consertar as janelas quebradas) influenciam na sensação de impunidade de forma artificial, eis que não traduzem um sentimento natural ou da realidade fática, mas um imaginário composto pelos formadores de opinião sustentados pelas elites econômicas, que colocam toda a culpa da desordem naqueles que mantém suas janelas quebradas por consequência do mau exemplo dado pelas elites.

Falando-se de uma questão bastante atual, os escândalos de desvio de verbas de empresas públicas, para o custeio das campanhas dos partidos políticos, pode ser o exemplo mais claro de que o mau exemplo de uns influencia a prática de outros. Ora, um sistema eleitoral em que só vence quem pratica o esquema ilícito, face de que o policiamento quase nunca reprimia os que sempre venciam, leva os que sempre perdiam a ter que participar do esquema ilícito.
  
CONCLUSÃO:


            Em que pesem todas as alegações contrárias às ideias de tolerância zero, pode não ser ela de todo ruim. O problema está na distorção na prática que se faz de combater o delito daqueles que só estão reproduzindo o mau exemplo, em vez de combater o mau exemplo original, daqueles que têm melhor condição de ser exemplo.

Um sistema que não pratica a inclusão, a preocupação com o mais fragilizado, cultural e economicamente, é a janela quebrada que cria o exemplo de não se importar com o outro, de fazer, do outro, vítima.


De outra forma, a janela quebrada de despersonalizar o indivíduo frente ao Direito Penal, diminuindo a incidência dos Direitos Humanos e Fundamentais sobre a questão da ordem pública e, até, do processo penal (fato já existente para crimes de terrorismo em países como na Espanha e os EUA), deu exemplo suficiente para produzir ou aprimorar o abuso policial. 



FONTES:


- A POLÍTICA DE “TOLERÂNCIA ZERO” É APLICÁVEL AO BRASIL?
(Reportagem: Folha de São Paulo)

- TOLERÂNCIA ZERO. (Reportagem: Estadão)

- TOLERÂNCIA ZERO. (Sérgio Salomão Schecaira)

- O NOVO ESTADO PUNITIVO NORTE-AMERICANO: POLÍTICAS CRIMINAIS, REFORMAS PENALÓGICAS E O ENCARCERAMENTO MASSIVO. (Maria Clara de Lima Camargo - Dissertação)



Canoas, RS, 10 de maio de 2015. 


Luciano Alves 










quinta-feira, 23 de abril de 2015

A REDE PAMPA E A DOR BURGUESA

A REDE PAMPA E A DOR BURGUESA

Todos sabem que o modelo de mídia aberta no Brasil – e não só no Brasil – cumpre um papel de criar o senso comum, a opinião pública, os conceitos, os pré-conceitos, os padrões de certo e de errado. Não raras vezes definem eleições políticas tanto quanto a permanência ou não de determinados governos. Isso é novidade nenhuma para qualquer pessoa que discute o assunto. Todavia, em especial, tem me chamado atenção o comportamento de uma rede sul rio-grandense de rádio e televisão que nunca vi ser atacada pelos movimentos de esquerda, que não parece ser uma rede tão rica economicamente, mas que tem cumprido à risca a cartilha do interesse burguês no produto que oferece aos seus expectadores.
Conheci à Rede Pampa de Rádio e Televisão quando eu ainda era bem menino, por volta dos meus 8 anos, 1983 d.C.  O Canal 4 de Porto Alegre, RS, que até os anos 90, além de um pouco de programação local, transmitia o sinal da Rede Manchete, do sudeste do Brasil, de onde conheci Xuxa Meneguel, já produzida por Marlene Matos, no programa vespertino chamado Clube da Criança. O Pirata do Espaço era meu desenho animado predileto. Ainda bem que a internet, tantos anos mais tarde, me proporciona ver novamente essas coisas e curtir algumas saudades. Mais tarde, o Canal 4 passou a retransmitir, por poucos meses, o sinal de uma outra organização que, agora, minha memória não deixa lembrar e, em seguida, até os dias de hoje, passou a fazer rede com a Record, que se sabe propriedade da rede de Edir Macedo e sua Igreja Universal do Reino de Deus.
Em que pese o cumprimento da cartilha liberal que essas igrejas pentecostais e afins têm sobre a humanidade, muito maior é a incidência das práticas “neoburguesas” nos canais locais da Rede Pampa. Muito pior do que preconiza a organização de Edir Macedo.
No dial, a Rede Pampa oferece, na região metropolitana de Porto Alegre, uma pá de cerca de uma dúzia de rádios que mudam todo tempo de nome e que trocam seus nomes e suas programações entre si, parecendo uma tentativa de ajuste à adesão do público.
A Rádio Liberdade, uma de suas emissoras, que foi comprada do Sistema Tartarotti de rádios, cuja programação é tão somente de música gauchesca, uma relíquia de cultura gaúcha, com toda a riqueza da poesia da pessoa campeira do sul, mas que reafirma valores culturais não muito libertários do ponto-de-vista das minorias sociais, dia desses, teve seu canal de maior alcance substituído por uma programação de somente debate de futebol. Enquanto isso, a Rádio Liberdade foi parar numa frequência “pampeana” de baixo alcance no dial. Outra de suas frequências, ao meio do rádio FM, passava o dia todo exercendo um debate entre dois componentes de mesa que simplesmente repetem jargões e valores do senso comum capitalista, sem nenhum estudo científico. Não poucas vezes os ouvi pregar valores de vingança contra bandido e desdém ao direito penal brasileiro. Felizmente, há poucos dias, a Rádio Liberdade FM veio ocupar a frequência ao meio do rádio (96,7 FM) e, pelo menos para mim, aqueles dois papagaios de patrãozinho sumiram...
 Caiçara AM cumpre seu papel, desde que a conheço, de tocar músicas mais velhas, das que reproduzem todos os valores de dores amorosas, permitidas às décadas da ditadura militar brasileira, em detrimento da poesia libertária, do exercício do senso crítico.
A gota d’água, que me fez derramar o copo da vontade de escrever este texto, que há meses venho pensando, foi que hoje à tardinha, ao assistir um programa de debate que passa no Canal 4, vi a dor de senhores da sociedade sul rio-grandense, reclamando da dor que é não poder abater, no imposto de renda, mais do que R$ 3.000,00 dos gastos em educação. Ora, enquanto eles reclamam disso, o salário mínimo brasileiro é de R$ 788,00 e 90% dos estudantes brasileiros não podem gastar mais do que R$ 50,00 mensais em educação e contam com auxílios do governo ou com escolas públicas sucateadas para poderem estudar. Embora o Estado Brasileiro recém tenha começado a ampliar as vagas no ensino superior aos que não podem pagar, Fies, ProUni e Sisu ainda são insuficientemente a tábua de salvação dos mais pobres que desejam entrar no ensino superior. 
Esses comportamentos injustamente queixosos nos fazem questionar que liberdade de expressão há no sistema de mídia brasileiro, em que somente as classes mais abastadas podem se manifestar. Isso reforça a percepção da necessidade que há da urgente democratização dos canais de rádio e televisão, para que todos possam se manifestar.
Ademais, é clara a intenção de alguns representantes da classe média, aquela que optou por não libertar os pobres, mas aderir aos mandos da alta burguesia, em reclamar diuturnamente da política brasileira, de forma a desmerecer à opinião pública o atual governo. Usam os canais de mídia, que são concessão pública, para denegrir certos grupos políticos favorecendo, assim, àqueles que eles pretendem que estejam no poder.

Canoas, RS, abril de 2015.

terça-feira, 21 de abril de 2015

FOOTBALL HOMEM E CACHORRO

Não gosto muito de ver pessoas contando só as ganhas. Vou contar uma perdida muito engraçada que me aconteceu hoje:

Eu estava na pracinha do loteamento do Junior na Boa Vista II, em Taquari/RS e surgiu um cãozinho que abordava todas as pessoas correndo em círculos, freneticamente. Logo ele pegou uma esponja com a boca e continuava correndo vertigionosamente. Largava o objeto e fingia que saía, provocando que alguém quisesse pegar. Como se fosse um futebol americano! Só que ele queria ganhar sempre. Nunca deixava ninguém pegar a esponja. Enganava todos. Fazia todos de bobinho. Daí eu tive a brilhante ideia de dar uma dividida com ele. Entrei na disputa corpo a corpo. Achei que ele iria sair fora. Que nada! Ele não arredou. Nos enredamos. Eu caí por cima no animalzinho. Foi aquele gritedo! O plêi gráundi ficou triste. Ele saiu dali e não o vi mais. Perdi o parceiro de peleias. Era desses cachorrinhos barbudos e pequenos. É o segundo desse tipo que eu vejo gostar de brincar de jogos. Faltou alguém ensiná-lo, ainda, a ter paciência com os humanos, e deixar a gente pegar a esponjinha pelo menos uma vez... :)


 Taquari, RS, 21 de abril de 2015. 

Luciano Braga Alves,

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Significado da palavra ALIENADO

A melhor palavra que já inventaram para ofender alguém! Não! Não pelo seu teor ofensivo, mas pela capacidade que ela tem de se referir - ao mesmo tempo - ao ofensor e ao ofendido. Ora, quando vendemos algo, dizemos que esse bem foi alienado. Trocou de dono, pertence a outro mundo, a outra tribo. Quando usamos esse adjetivo para nos referirmos a uma pessoa, dizemos que ela não nos pertence, não pensa como nós, não faz parte do nosso grupo. Portanto, se alguém é alienado em relação a nós, nós também o somos em relação à ela. É o perfeito desenho de alguém que aponta ao outro com o indicador, sem perceber que os demais dedos apontam a quem aponta. Alienado, por fim, aquele que está fora do meu, do nosso grupo. Nem ofensa é! Formulei essa definição semana passada, quando ao passar por um grupo de colegas, ouvi essa palavra. Eu gostava muito, quando eu estava em posição de oposição política no Brasil, chamar os outros de alienados. Comecei a perceber que todos somos relativamente alienados, quando passei a ser governo. Coincidentemente, minha filha mais velha me acaba de perguntar isso. Respondi imediatamente. Resposta que fiz pra mim, há poucos dias.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

LOUCO


Louco? Eu não sou... mas quem me diz... e não é feliz. 


Eu? Sou feliz. E acho que é melhor não ser um normal,

se posso pensar que Deus sou eu. Mas louco? Louco é 

quem me diz. 

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

É SÓ FAZER E PRONTO

'Sentir-se sempre injustiçado e reclamar de tarefas que 

parecem desnecessárias, pode ser bem o que os espíritos 

do mal querem que você faça. Há tarefas que são somente 

fazer e pronto. Se você não reclama do assédio de quem 

gosta de assediar, esse alguém vai embora. Se você se 

sente oprimido, eles ficam. É o que eles querem. Que você 

sofra. Não dê esse gosto a eles. Faça tudo com alegria e 

satisfação que o mal vai embora e permanece somente o 

bem em torno de você. Pensamentos positivos, no início, 

parecem difíceis. É questão de exercício. Se você começa a 

forçar os pensamentos positivos, logo, logo você acostuma 

eles começam a brotar do nada. É igual musculação. 

Acostume-se a pensar positivo. Espante o mal de perto de 

você. Atraia o bem.'

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Carnaval de Porto Alegre/RS, prevenção contra incêndio - 2014

Acabei de assistir uma reportagem absurda da Rede Bandeirantes, criticando a decisão liminar da Desembargadora Denise Oliveira César, que liberou o Sambódromo de Porto Alegre/RS, sem oitiva do Corpo de Bombeiros. Ora, a morosidade e o desatino da polícia militar deve ter sido percebido já por essa jurista, sem dúvida. As decisões liminares não são expedidas sem um mínimo de elementos fáticos ou legais que as garanta. A reportagem ainda se refere ao Corpo de Bombeiros como autoridade no assunto de prevenção contra incêndio. Sim, claro, é autoridade no assunto de prevenção contra incêndio, mas não é a única. Os bombeiros não são deuses e podem perfeitamente e naturalmente estarem enganados! A justiça, os foros, os tribunais também têm suas autoridades em prevenção contra incêndio, que sejam os peritos judiciários. A desembargadora também é autoridade no assunto, pois conhece a lei tanto quanto os bombeiros. Vamos parar de endeusar as polícias. O filme O Juiz, com Silveste Stalone, se passa depois do ano 3.000DC, não agora. E, quando chegarmos lá, ainda não quero que a realidade da ficção impere sobre a realidade real! http://www2.portoalegre.rs.gov.br/portal_pmpa_novo/default.php?p_noticia=167515&DECISAO+JUDICIAL+GARANTE+MUAMBA+E+CARNAVAL

O QUE VOCÊ VAI FAZER COM A MALDADE QUE LHE FIZERAM

Quando alguém nos faz algum mal, temos várias alternativas de reação. As que eu mais conheço e que me parecem mais contrárias entre si são: vingança e contemplação. 

É bastante corrente perceber que as pessoas competem muito entre si. Somente uma pessoa que tenha sérios traumas evita, por exemplo, de fazer uma fofoca. A sede e a fome de querer desmascarar alguém ou de querer "aferrujar" a imagem de alguém querido por outra pessoa é muito grande. Mas é perceptível, também, que a maioria desses males que as pessoas fazem é muito mais por instinto do que por decisão consciente. É decorrente daquela "cosquinha" - sabe?

Quando somos vítimas desse ataque instintivo do ciúme das outras pessoas, então, podemos produzir mais ódio e vingança, daí conscientes, ou fazer o que pode ser muito melhor: perdoar e contemplar. Aprender com a via. Achar graça do quanto essas pessoas são frágeis. Dar um outro exemplo, como quem diz silenciosamente: "O problema é seu, a contradição é sua."